sábado, 27 de fevereiro de 2016

Mulher-Gato, por José Garcia López

A Mulher-Gato, ou melhor, Selina Kyle, apareceu pela primeira vez na revista Batman #1 em 1940. Em seu primeiro encontro com Batman, ela atendia simplesmente pelo nome de Gata e não usava máscara nem uniforme. Ela retornou várias vezes até se tornar presença constante nas histórias do vigilante encapuzado de Gotham City, agora como uma ladra mascarada.

A Mulher-Gato subiu no telhado
A Mulher-Gato trocou de uniforme várias vezes ao longo das décadas. Na década de 60, na série de televisão do Batman estrelada por Adam West e Burt Ward, o uniforme da Mulher-Gato, interpretada por Julie Newmar, era um colante preto, com uma máscara que não escondia nada e orelhas de gato presas no cabelo.

Julie Newmar como a Mulher-Gato nos anos 60
A relação do vigilante Batman com a ladra Mulher-Gato é complicada, pois ambos sentem atração um pelo outro. Várias vezes Selina colaborou com o Cavaleiro das Trevas e chegou a fazer trio com a dupla dinâmica, mas sempre retornou à condição de ladra. Selina ajuda o Batman a prender outros criminosos geralmente quando eles são seus concorrentes ou passam dos seu limite: ela é uma ladra, não uma assassina. A Mulher-Gato entretanto não é delicada com seus oponentes. Ela tem garras afiadas e um chicote com várias pontas.

A Mulher-Gato e seu chicote

A Mulher-Gato não tem poderes, mas possui uma grande habilidade na luta corpo-a-corpo e uma agilidade que lembra o felino do qual tomou o nome. Aliás, a Mulher-Gato sempre está cercada de gatos, com os quais cresceu nas ruas. Não, os gatos não criaram ela! Ela foi uma garota de rua e os gatos se tornaram seus melhores companheiros, pois eram mais confiáveis do que as outras pessoas.

A Mulher-Gato mostrando suas garras





quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Batgirl, por José Garcia López

A pacata Bárbara, filha do comissário de polícia de Gotham City, James Gordon, trabalhava na biblioteca da cidade. Atrás de seus grandes óculos, com o cabelo ruivo discretamente preso e trajando-se de forma recatada, ninguém imaginaria que ela sairia pelas ruas da cidade à noite para socar criminosos na identidade de Batgirl, uma versão feminina do Cavaleiro das Trevas, que estreou nos quadrinhos na revista Detective Comics #359 de janeiro de 1967, criada pelo roteirista Gardner Fox com desenhos de Carmine Infantino.

Bárbara Gordon, a Batgirl
Bárbara não planejou ser heroína e não passou por uma tragédia pessoal que a motivasse, como ocorreu com Bruce Wayne. Na verdade ela estava indo a uma festa a fantasia e teve a ideia de confeccionar uma roupa similar a do Batman. Mas no meio do caminho ela encontrou Bruce Wayne e seu pupilo Dick Grayson em perigo, sob ameaça do vilão Mariposa Assassina. A garota corajosamente enfrentou o vilão e seus comparsas, permitindo a Bruce e Dick fugirem, ou melhor, fingirem que estavam fugindo para colocar seus uniformes de Batman e Robin. Após colocarem os bandidos em fuga, Batman perguntou à garota quem ela era. Ela não quis revelar sua identidade a menos que Batman fizesse o mesmo. Como o morcegão não quis dizer quem era, ela se identificou como Batgirl. E gostou tanto da experiência que resolveu virar vigilante.

Batgirl sabe como deixar alguém amarrado
Batgirl tem um cinto de utilidades como o Batman, mas ele não é nada comparado à sua bolsa de utilidades, onde cabem muito mais bugigangas. Bárbara criou um sistema para facilitar a troca de roupa caso precisasse entrar em ação. Ela usa a capa como saia, assim esconde sua calça colante.
Os vários ângulos da Batgirl
Batgirl não tem um batmóvel, mas uma batmoto. Com ela consegue se deslocar rapidamente por Gotham City, sozinha ou ao lado do Cruzado Embuçado e do Menino-Prodígio.

Batgirl e sua batmoto
A personagem Batgirl não nasceu nos quadrinhos. Ela foi criada para a série de televisão do Batman, nos anos 60 e era interpretada pela atriz Yvonne Craig, que usava um uniforme rôxo bem menos discreto que sua versão impressa. Assim como ocorreu com outros elementos criados na série, a personagem foi transportada para os quadrinhos e passou a fazer parte da cronologia do Batman, até sua carreira ser interrompida pelo Coringa, que atirou em sua coluna deixando-a paraplégica.
Batgirl correndo ou voando?
Embora sem poder andar, Bárbara continuou colaborando com os vigilantes de Gotham. Usando seus conhecimentos de biblioteconomia e informática ela se tornou a Oráculo, a fonte de informações da Liga da Justiça. Mais tarde ela criou um grupo chamado Aves de Rapina, formado por Canário Negro e Caçadora. Esse grupo chegou a ter uma série de televisão própria, traduzida pelo SBT como "Mulher-Gato" (?!). Nessa série, Bárbara conseguia voltar a andar e se vingava do Coringa socando sua filha.

Batgirl em tons pastéis



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Supergirl, por José Garcia López

É um pássaro? Não.
É um avião? Sim! E que avião!

Supergirl, para o alto e avante
Kal-El pensava que era o último sobrevivente do planeta Krypton até que uma espaçonave caiu na Terra com sua prima, Kara Zor-El. Diferente de Kal, ela chegou ao nosso planeta pré-adolescente, após sobreviver em um pedaço do planeta Krypton com sua família, mais precisamente a cidade de Argo, que era protegida por uma redoma. Após uma chuva de meteoros quebrar a redoma e permitir uma contaminação da população por kriptonita, seu pai, Zor-El, a enviou para a Terra em um foguete similar ao que seu irmão, Jor-El, usou para salvar o filho. 

Luz na passarela, que lá vem a Supergirl!

Na mitologia original do Superman, Clark Kent perdeu os pais antes de sair de Smallville para conseguir um emprego de repórter no Planeta Diário em Metrópolis. Por isso, quando sua prima apareceu, ele a levou para um orfanato, onde ela morou por algum tempo e onde assumiu a identidade de Linda Lee. Kara era loira, mas no orfanato ela usava uma peruca com cabelos castanhos. Assim ninguém perceberia que a órfã era a Supergirl (porque as pessoas só prestam atenção aos cabelos, claro).

Isso é um trabalho para a Supergirl!
A Supergirl original surgiu nas páginas da revista Action Comics #252, de maio de 1959, criada pelo roteirista Oto Binder e pelo desenhista Al Plastino. Ela era parte da estratégia da Warner Bros de reservar todas as marcas possíveis relacionadas ao Superman. Assim surgiram o Superdog (Krypto, que até ganhou sua própria animação), Supercat, Superhorse e Supermonkey, além da versão adolescente do Superman, o Superboy.

Supergirl, a heroína de dois séculos

Supergirl viveu muitas aventuras no futuro, como membro da Legião dos Super-Heróis, uma organização que nasceu no século XXX inspirada pelo Superboy. Kara enamorou-se do cérebro da equipe, Brainiac V, um coluano que não tinha poderes, apenas um campo de força e sua inteligência fora do comum. Supergirl chegou a enfrentar Darkseid no século XXX, durante a Saga das Trevas Eternas, ao lado de seu primo Kal-El.

Supergirl no seu figurino imediatamente antes da Crise, em vários ângulos
O uniforme da Supergirl sofreu mudanças ao longo dos anos de acordo com a moda e os costumes. Inicialmente ela usava um S grande no peito, como seu primo. Mas durante um período no início dos anos 80, que inclui a batalha contra Darkseid no século XXX, Kara usou uma camiseta com um S pequeno do lado esquerdo do peito com um decote em V. Nesse período a mini saia deu lugar a um calção. A adolescente já havia se tornado uma mulher nessa época.

Uma briga de primos: Supergirl quebra troféus de Kal-El na Fortaleza da Solidão
Kara voltou a usar mini saia (mais curta ainda) e colocou uma faixa vermelha na cabeça, antes de embarcar com todos os heróis e vilões da DC na Crise nas Infinitas Terras, a saga que destruiu as múltiplas terras paralelas e unificou a cronologia de Superman e seus amigos. Mas o preço dessa unificação incluía tornar o Superman o único sobrevivente do planeta Krypton. Sem cachorros, sem gatos, sem cavalos, sem macacos... e sem prima. Por isso Kara tinha de morrer. Mas a prima do Superman não podia ter uma morte qualquer. Ela morreu salvando Kal-El do Antimonitor, em uma batalha titânica no Universo de Antimatéria, onde todos os heróis com exceção do Capitão Átomo tinham seus poderes reduzidos.
Supergirl com o visual que tinha em sua morte

Antes da série de televisão com Melissa Benoist, Supergirl foi interpretada no cinema pela atriz Helen Slater, no filme que tentava aproveitar o sucesso do Superman de Christoper Reeve.


Capa da adaptação oficial do filme Supergirl

Assim como ocorreu com a maioria das decisões tomadas durante a Crise nas Infinitas Terras, a morte da Supergirl foi ignorada e ela foi inserida novamente na cronologia da DC Comics. QUE BOM!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Mulher-Maravilha, por José Garcia López

Mulher-Maravilha em seu uniforme dos anos 70
A Mulher-Maravilha é uma criação do psicólogo William Moulton Marston, criador do polígrafo (dispositivo detector de mentiras). Ela surgiu nas páginas da revista All Star Comics #8 de dezembro de 1941. No dia 7 desse mês o Império Japonês atacou a base naval de Pearl Harbor, provocando a entrada dos Estados Unidos da América na Segunda Guerra Mundial.

Mulher-Maravilha em vários ângulos
Mulher-Maravilha não é seu verdadeiro nome, mas um título dado pelos norte-americanos a uma guerreira amazona da ilha de Themyscira. Ela usa um uniforme com as cores da bandeira dos Estados Unidos com o propósito de criar um laço de identidade com o país, mas não é assim que as amazonas se vestem em sua ilha, também chamada de Ilha Paraíso, ou Ilha do Paraíso. As amazonas trajam vestes à moda grega antiga.

Em Themyscira só havia mulheres, exiladas na ilha há centenas de anos. A rainha Hipólita, derrotada no passado por Héracles, entretanto, desejava muito ter uma filha e moldou um bebê com a areia da praia e clamou às deusas gregas, protetoras das amazonas. Hera, Afrodite e Atena concederam vida ao pedaço de areia, que tornou-se uma criança de verdade. Hipólita deu a criança o nome de Diana, a versão latina da deusa grega da caça e da Lua, Ártemis, irmã de Apolo.

Diana cresceu e tornou-se uma grande guerreira em uma ilha pacífica. Enquanto a paz reinava na ilha, o "Mundo dos Homens" vivia em guerra de verdade. Durante uma batalha aérea com um ousado piloto alemão que resolveu atravessar o Atlântico, o major ianque Steve Trevor caiu de pára-quedas (literalmente) em Themyscira. Ele foi resgatado pelas amazonas e despertou grande interesse da filha de Hipólita.

O Avião Invisível e Steve Trevor

A rainha decidiu que uma amazona levaria o piloto norte-americano de volta para seu país e apoiaria os Estados Unidos da América na guerra como embaixadora da paz (?!). Para isso, seria realizada uma competição com todas as amazonas, para escolher a mais apta. Diana, queria participar, mas sua mãe a proibiu.

A proibição não impediu que Diana colocasse uma peruca e uma máscara e surpreendentemente sua mãe não a reconheceu e nem percebeu que havia uma amazona diferente naquela ilha onde não nasciam crianças e sempre havia o mesmo número de mulheres. Enfim, Diana venceu todas as provas, até chegar a final, onde deveria ser capaz de desviar balas com o uso dos bracelete que todas as amazonas usavam.

Diana em posição de defesa

Diana desviou as balas disparadas de um revólver que as amazonas, armadas de escudos e lanças, inexplicavelmente possuíam. Sua adversária não conseguiu desviar uma delas e foi atingida de raspão. Após ser confirmada vencedora, Diana revelou sua identidade à mãe, que não podia voltar atrás sua palavra. Assim, Diana se tornou a embaixadora de Themyscira no Mundo do Patriarcado.

Diana em seu traje cerimonial
Diana recebeu um laço mágico, que obrigava qualquer um preso por ele a dizer a verdade. Também ganhou um Avião Invisível, com o qual levou Steve Trevor de volta aos Estados Unidos e por onde resolveu fixar residência para ajudar os Aliados na Segunda Guerra Mundial.

Diana Prince se transforma na Mulher-Maravilha
Para obter mais facilmente informações sobre a frente de batalha, ou para ficar mais próxima de seu amado Steve Trevor, Diana resolve se disfarçar de secretária da Força Aérea dos Estados Unidos adotando o nome de Diana Prince. Ninguém sabia que aquela bela secretária de óculos e cabelo preso em coque era a mais poderosa heroína que já havia surgido até então.

A Muher-Maravilha
Sempre que os Aliados, ou mais precisamente Steve Trevor, estavam em perigo, a Mulher-Maravilha partia para o campo de batalha para enfrentar nazistas, ser amarrada, se desamarrar, bater em nazistas e resgatar Steve Trevor em meio a saraivadas de balas.

Com seus braceletes, ela desvia balas. Com seu laço, ninguém pode mentir para ela. Em seu peito há uma uma combinação de duas letras W (as iniciais de Wonder Woman) formando um pássaro, referência múltipla já que ela voa, tem um avião e trabalha na Força Aérea. Até sua tiara dourada com uma estrela se transforma em uma arma em caso de necessidade.

A Mulher Maravilha atirando sua tiara.
Mulher-Maravilha em ação

A Mulher-Marvilha tem vários inimigos clássicos, mas sua maior adversária certamente é a Mulher-Leopardo (Cheetah, no original), eternizada em várias animações da DC Comics como Superamigos (Superfriends) e as produções LEGO DC Super Heroes.

Mulher-Maravilha enfrenta a Mulher-Leopardo


Mulher-Maravilha mostra pra que serve o laço mágico
O traje da Mulher-Maravilha muda de acordo com a época, embora conserve certos elementos que a identificam. Mas o traje dos anos 70 se tornou amplamente conhecido, certamente auxiliado pela popularidade da animação dos Superamigos. No início do segundo milênio a animação da Liga da Justiça (Justice League) com arte de Bruce Timm reafirmou essa imagem para uma nova geração.
Mulher-Maravilha e seu laço mágico
Mulher-Maravilha no alto de seus saltos